Você veio trazendo as chuvas, trazendo os ventos. Veio intruso em minha vida, como que montado num raio.
Você se instalou nas dependências da sala de estar, instalou-se em meus sonhos, devassou meu mundo, atropelando meus momentos de solidão, amenizando minha dor.
Em suas mãos, seguras , depositei bem mais que os sentidos; entreguei-me ao destino, pois, cansada, esquecia-me de viver.
Seu vento aguçou meu mar que, revolto, levava para longe os meus dissabores. Seu orvalho não impedia que a lua,cheia, fizesse seu espetáculo quase que imperceptível para quem não está amando.
Em seu corpo me encontrei, segura novamente, retomando meu ser, retomando a vontade de ser feliz. Em suas palavras, quase sábias, vi que a incompatibilidade entre a razão e a emoção era um obstáculo, praticamente, instransponível.
E, assim, vivendo em paradoxos sentimentais, sigo o solo que não canto só, sem minimizar meu espetáculo, nem me permitir ser infeliz.
Apenas busco, inutilmente, em seu olhar, o que sei que diria se estivesse aqui. Busco, inutilmente no seu corpo, todos os segredos que poderia me contar. Busco, inutilmente, em seus braços, o porto-seguro para o qual meu mar me levaria...mas encontro em seu coração, em sua alma, tudo o que agora não preciso mais buscar.
Permitindo a ansiedade por nossos doces momentos, rogo e encontro paz em nossos sentimentos e sigo serena, as pegadas que trilhamos para que não nos percamos jamais.
Evori Lastebasse
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